quarta-feira, dezembro 31, 2008
Bom 2009
L.M.D., Pina Bausch, 2005.
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, dezembro 31, 2008
Llega a los 90 (amanhã)So what has Mr. Salinger been doing for the last 40 years? The question obsesses Salingerologists, of whom there are still a great many, and there are all kinds of theories. He hasn’t written a word. Or he writes all the time and, like Gogol at the end of his life, burns the manuscripts. Or he has volumes and volumes just waiting to be published posthumously.
Joyce Maynard, who lived with Mr. Salinger in the early ’70s, wrote in a 1998 memoir that she had seen shelves of notebooks devoted to the Glass family and believed there were at least two new novels locked away in a safe.“Hapworth 16, 1924,” as it appeared in The New Yorker.
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, dezembro 31, 2008
terça-feira, dezembro 30, 2008
Lista livros 2008
Herberto Helder, A faca não corta o fogo, Assírio & Alvim;
Etty Hillesum, Diário 1941-1943, Assírio & Alvim;
Cristina Campo, Sob um falso nome, Assírio & Alvim;
Flannery O`Connor, O céu é dos violentos, Cavalo de Ferro;
John Updike, Procurai a minha face, Civilização Editora;
Julio Cortázar, O jogo do Mundo, Cavalo de Ferro;
Harold Bloom, Onde está a sabedoria, Relógio d'Água;
Hans Urs von Balthasar, Só o amor é digno de fé, Assírio & Alvim;
J.M. Coetzee, Diário de um mau ano, D. Quixote;
Patrick Geary, O mito das nações, Gradiva;
Eudora Welty, Os ventos e outros contos, Antígona;
Truman Capote, Contos completos, Sextante;
Joseph McBride, Tras la pista de John Ford;
J.M.G. Le Clezio, Índio Branco, Fenda;
Romano Guardini, Cartas de Formação;
Romano Guardini, O mundo religioso de dostoievski, Editorial Verbo;
Romano Guardini, O fim da Idade Moderna, Edições 70;
Romano Guardini, Liberdade Graça Destino;
[D.] Manuel Clemente, Portugal e os Portugueses, Assírio & Alvim;
Padre António Vieira, Sermões I, Imprensa Nacional;
Maria Velho da Costa, Myra, Assírio & Alvim;
Ana Teresa Pereira, O Verão Selvagem dos Teus Olhos, Relógio D`Água;
G.K. Chesterton, Ortodoxia, Alêtheia;
José Tolentino Mendonça, A leitura infinita, Assírio & Alvim;
Frederico Lourenço, Novos Ensaios Helénicos e Alemães, Cotovia;
Peter Brook, O espaço vazio, Orfeu Negro;
Slavoj Žižek , Lacrimae Rerum, Orfeu Negro;
Leonard Cohen, Livro do Desejo, Quasi;
Robert Musil, O Homem sem Qualidades, D.Quixote;
Manuel Mujica Lainez, Bomarzo, Sextante;
Truman Capote, Súplicas Atendidas, D. Quixote;
António Pinho Vargas, Cinco Conferências Especulações críticas sobre a História da Música do século XX, Edição Culturgest;
Flannery O`Connor, Misterio y Maneras;
Pedro Costa, Un mirlo dorado, un ramo de flores y una cuchara de plata;
Miguel Esteves Cardoso, Em Portugal não se come mal, Assírio & Alvim;
Dennis McShade, A Mão Direita do Diabo e Requiem por D. Quixote, Assírio & Alvim;
Horácio, Odes, Cotovia;
Dino Buzzati, A derrocada de Baliverna, Cavalo de Ferro;
Murasaki Shikibu, O romance do Genji, Relógio D`Água;
Selma Lagerlöf, Os milagres do anticristo, Cavalo de Ferro;
Ivan Turguéniev, Primeiro Amor, Relógio D`Água
Robert Bolaño, Os Detectives Selvagens, Teorema;
Federico Fellini, Sou um grande mentiroso.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, dezembro 30, 2008
Imenso Poeta da Cena
26.12.2008 - Jorge Silva Melo
Steve Forrest/Insight-Visual for The New York Times
Harold Pinter in his writing studio in London in 2007"Não tinha apenas um ouvido afinadíssimo para os perigos que se escondem nas palavras banais, não tinha apenas um gosto acutilante pela escassez dos meios, tinha o génio luminoso de encurtar caminhos, abrir fendas, descobrir malentendidos, revelar suspeitas, cruzar tempos passados e mentiras: Harold Pinter é um dos maiores poetas do teatro (e não é de agora; é de sempre). E se digo "poeta" é porque ele insistiu na língua como coração da acção teatral, e na língua encontrou aquele seu extraordinário pêndulo que oscila entre a aparência e outra aparência, a inquietação e a outra memória.
Escritor sucinto, filho da fenomenologia dos Assassinos de Hemingway (que, rapaz, leu, misturando-lhe o Molloy de Beckett), escritor que nunca se extraviou, lento, reconhecível em qualquer linha, intraduzível, de tal forma a sua arte (volto ao adjectivo: poética) se funda nas virtualidades da língua, foi o encenador exacto dos seus textos (mesmo quando não os dirigiu). Com efeito, é difícil escapar às suas indicações, impossível contrariar em cena o local onde prevê os móveis - ou colocar noutro aparador as inúmeras bebidas das suas peças. Meticuloso, imensamente simples, pragmático, acreditou num teatro que é o corpo vivo da palavra na sua forma mais banal, o diálogo.
Intraduzível, é uma enorme alegria traduzi-lo. E são grandes tradutores os que permitiram que o seu teatro (tão inglês como o de Shakespeare, décadas de poesia depois) entrasse pelas grandes cenas do mundo. Grandes intérpretes ousaram ouvir-lhe os silêncios estranhos e a febril quebra que trazem ao diálogo. Poucos, no entanto, os encenadores de nome-a-defender que ousaram dedicar-se-lhe (como a Beckett em vida?), pois encená-lo é obedecer-lhe, seguir-lhe a contradança das propostas, é impossível sobrepor ao seu o intermediário gesto dos comissários de gosto: Pinter enche o palco na primeira pessoa, consegue sempre estar lá, ele e os seus actores.
Agora que se fecha a sua aventura - ele que tão atento foi às mudanças da nossa vida até mesmo agora, até ao genial Apart from That de 2006 (que se pode ver no youtube) - que temos de fazer, aqueles, poucos e bem aventurados, que ainda pensam que no centro do palco, explosiva, havia de romper a palavra? Fazê-lo, sim, montar-lhe as peças, sim.
Mas sobretudo escrever. É que, generosa, a escrita de Pinter incita à escrita, não paralisa, não impede o novo gesto. E isso o disseram claramente Sarah Kane ou Spiro Scimone, Jon Fosse, Juan Mayorga ou David Harrower, os meus amigos.
E quem o quiser ver claramente, é pegar no recém-publicado Teatro de José Maria Vieira Mendes (Cotovia) e ver como até nesta longínqua parvónia, a sua ampla escrita ecoa, informa, se prolonga e reformula: vive.
(E pensar que apenas duas vezes se viu Pinter nesses nossos Teatros Nacionais, uma, em 1967, ainda com Amélia e pela mão de Artur Ramos; outra, em 1978, na Sala Estúdio e pela mão de Graça Lobo, a incorrigível!)"
Apart From That (Harold Pinter)
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, dezembro 30, 2008
segunda-feira, dezembro 29, 2008
quinto capítulo da segunda parte (3/3)Anselm Kiefer, Naglfar, 1998.Quando comecei esta série de três tinha como objectivo a leitura quase imediata de "O mundo religioso de dostoievski", de Romano Guardini, edição portuguesa da editorial verbo, de 1973, que tive a sorte de poder comprar e trazer para casa num dia, de deambulações alfarrabistas, deste ano que agora está quase a chegar ao fim, mas outro quase a começar.
Diário de Um Mau Ano, de J.M.Coetzee, tão mal tratado nas apreciações e interpretações que pelos nossos jornais se fazem, um dos melhores livros que li este ano, foi quem me fez ver o que podia e devia fazer cá no blog e colocar à disposição, em língua portuguesa, na rede, três textos, ou partes, desta dimensão.
O tempo foi andando e também consumindo-se com esta ideia na cabeça de terminar o que havia começado, e é para isso que estou aqui agora mas não como devia estar: com o livro lido e as citações mais do que escolhidas e bem tratadas, não foi isso que consegui, não é isso que vai acontecer.
Mas a página não ficará branca ou verde, se quiserem. É uma discussão de ir às lágrimas, como muito bem diz Coetzee. Aqui ficou em três partes, pode ser que...
Agora Romano Guardini, ainda que muito breve:
"Aliocha Karamazov
Aliocha é o diminutivo de Alexei Fedorovitch Karamazov e há um significado especial no facto de todos o tratarem assim, mesmo os estranhos, pouco tempo depois de o conhecerem --embora ele não seja o género de pessoa cujo temperamento sugira um diminutivo. «Aliocha» não se limita portanto à qualidade de simples diminutivo, mas implica alguma coisa de mais profundo. Sabe-se que este jovem é diferente dos restantes. Ele vem de outros lugares, é estranho, e no entanto ganha logo a confiança dos que o rodeiam.
[...]
Ivan Karamazov
Quem é este homem estranho que faz nascer do seu mundo interior esta poesia [Poema do Grande Inquisidor] reveladora e simultaneamente desconcertante?
[...]
«Sobre o mais velho, Ivan, digo apenas que cresceu como um rapaz reservado e pouco comunicativo, muito longe de ser tímido; mas era como se desde a infância tivesse a sensação [...] de que o pai era uma pessoa de quem se devia ter vergonha de falar. Logo desde a primeira infância (pelo menos é o que se conta) Ivan deu provas de uma inteligência invulgar e brilhante.» Quando foi para a universidade, nem sequer fez a tentativa «de pedir por carta ao pai qualquer auxílio para os estudos --talvez por amor-próprio ou por desprezo, ou talvez por ver fria e claramente que do pai não era de esperar qualquer auxílio. Seja como for, o rapaz não se atrapalhou e conseguiu logo arranjar trabalho e dinheiro necessário para se manter. Primeiro a vinte copeques a hora e depois escrevendo crónicas de dez linhas para os jornais, referentes a acontecimentos da rua e assinados: «Uma testemunha ocular.» Diz-se que estas crónicas eram escritas de forma tão brilhante e singular que em breve começaram a ser pagas principescamente.»"
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, dezembro 29, 2008
segunda-feira, dezembro 22, 2008
Cohen was once asked why the song is so popular. "It's got a good chorus," he replied.
20 Cohen has said of the song's meaning: "It explains that many kinds of hallelujahs do exist, and all the perfect and broken hallelujahs have equal value."
1 Hallelujah was first released in 1984 on Leonard Cohen's album, Various Positions.
2 Cohen once told Bob Dylan that it took him two years to write the song.
3 Dylan himself has sung it live, and there are bootleg versions in circulation of his performance. It has also been sung by Bono and Bon Jovi.
4 More than 100 versions of the song have been recorded.
5 The best known is by Jeff Buckley, whose unadorned version was on his 1994 Grace album.
6 Cohen has recorded two versions – the second one appeared on a live album in 1988 – with very different endings; one upbeat, one dark.
7 Buckley's version was used in the soundtrack to the American TV series, The OC.
8 Other TV shows to have used the song include The West Wing, ER, Scrubs, and Holby City.
9 The full version of the song has 15 verses.
10 Cohen, a notorious perfectionist, is said to have originally written 80 verses.
11 Cohen is set to earn £1 million in royalties from sales of singles by X-Factor winner Alexandra Burke.
12 Burke's version is the fastest selling download single in history.
13 Former Velvet Underground member John Cale's version was used in the film Shrek.
14 The Shrek soundtrack album featured a version by Rufus Wainwright, who also sang it in the Leonard Cohen tribute film, I'm Your Man.
15 Cohen was once asked why the song is so popular. "It's got a good chorus," he replied.
16 It has become a mainstay of live shows by Cohen's fellow Canadian singer-songwriter, kd lang.
17 The English singer and songwriter Kathryn Williams once introduced her version of Hallelujah in a live show by saying, "I really, really, really want to shag Leonard Cohen."
18 The song is broadcast at 2am every Saturday night by the Israeli defence force's radio channel.
19 Hallelujah is a Hebrew word, meaning "praise Yah".
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, dezembro 22, 2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
.
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, dezembro 17, 2008
terça-feira, dezembro 16, 2008
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, dezembro 16, 2008
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Athens, Greece: A stray dog crosses a street during a night of riots
posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, dezembro 12, 2008
quarta-feira, dezembro 10, 2008
A capa de O Verão Selvagem dos Teus Olhos, Ana Teresa Pereira (2008), é um fragmento de A Onda, de Pierre Auguste Renoir (La Vague, 1879).
"Lá fora os rododendros... árvores de rosas. Rhodon -- rosa; dendron -- árvore. As flores começam a surgir, pequenas chamas vermelhas entre a folhagem.""O pintor japonês Hokusai escreveu que aos setenta e três anos começava a compreender a natureza dos pássaros, dos animais, dos peixes, dos insectos, a natureza vital das ervas e das árvores, talvez aos noventa penetrasse mais fundo no mistério das coisas, aos cem o seu trabalho teria atingido a fase do espanto, aos cento e dez, cada ponto, cada linha, estariam vivos."
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, dezembro 10, 2008
terça-feira, dezembro 09, 2008
Escola Pública
Luís Miguel Dias
Naquele seu jeito, plural, de mostrar estar farto e consumido com Portugal Portugal ficou a saber aquilo que já sabia, que continuará a ser o que é.
O que é que o senhor sabe que nós não sabemos, Pedro Marques Lopes?
Sim, o que Portugal precisa precisou e precisara é que as pessoas saiam e protestem e se deixem enganar o mínimo possível.
Aquilo que disse no programa eixo do mal sobre os professores deixa-o muito mal, quando não se percebe do que se está a falar procura-se a informação, a não ser que se pretenda atingir o cume e ser/acabar como Marcelo Rebelo de Sousa a comentar/relatar jogos de futebol.
A figura que fez foi a mesma, mas pior.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, dezembro 09, 2008
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Pierre Auguste Renoir, La Vague, 1879.
posted by Luís Miguel Dias segunda-feira, dezembro 08, 2008
sábado, dezembro 06, 2008
Escola Pública
Luís Miguel DiasDe uma forma geral, f. diz apressadamente, parece que os jornais assim o exigem, mas sabe dizer bem, escreve muito bem, o que é muito bom.
Falar só a ouvi uma vez, aquando da última passagem de Madonna por Portugal., e no primeiro minuto que falou repetiu o pronome pessoal eu por 4 vezes. Quando se está na televisão acredito que se fique mais nervoso, a oralidade não é a escrita.
Assim, ao ler o que escreveu na sexta-feira passada, e há quinze dias atrás na revista do dn, não fiquei minimamente surpreendido mas fiquei preocupado: pelo tom, não o que diz, esperar o quê?, mas como o diz, amen Micah. Sobre educação, afinal ia escrever o quê?
Mostra que ainda percebe pouco (mas apressada) sobre o que está em causa e depois refugia-se, encurrala-se, lá naquele sítio de onde é difícil sair: na redoma absolutista.
O final do que escreve é ainda pior: sondagens? Fico-me pelas sondagens, que considero, a maior parte delas, enfim, entretenimento.
Há oito anos atrás, mais mês menos mês, alguma sondagem dava a vitória a Rui Rio, no Porto? Quais eram as percentagens de intenção de voto em cada um dos candidatos?
Não sei, mas gostava de saber a opinião de Pedro Magalhães sobre os resultados dessas sondagens e o que tinham e tiveram a ver com a realidade, essa coisa chata fora dos gabinetes. Se alguém souber ou conhecer o que disse ou escreveu Pedro Magalhães digam qualquer coisa, porque gostava.
Convém que não se esqueça do que escreveu e em que altura o escreveu.
posted by Luís Miguel Dias sábado, dezembro 06, 2008
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Não são precisas tantas perguntas.
O que custa é saber viver, é?
Buster Keaton
posted by Luís Miguel Dias sexta-feira, dezembro 05, 2008
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Escola Pública
É absolutamente incrível o que os secretários de estado da educação deste governo disseram e estão a dizer sobre a greve de hoje, a sério: incrível. Não dá para acreditar. Estou siderado.
Na rtpn, agora, neste momento, 21h e não sei quantos minutos, está a ser mais do que surrealista. Não há palavras.
Que dizer do dn de hoje ("Greve custa 6 a 7 milhões aos professores") e de um terço do editorial de ontem?
Dizer o quê?
Não há possibilidade de conversa.
Quando me lembro de Fernando Madrinha ou do director do Expresso e do Expresso... E estão a imaginar o http://jugular.blogs.sapo.pt/ se o governo tivesse outra cor?
Encontro de professores socialistas com o governo, ou lá o que foi?
O terceiro mundo passa por aqui. Anda tanta gente com Obama no canto do olho.
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, dezembro 03, 2008
.
No público de sexta-feira passada, a actual ministra da educação:
«Garante, contudo, que também tem tido bons momentos. "Muitos." Pede-se-lhe que partilhe um. "Uma carta que recebi de um menino que recebeu um computador para ter em casa, não sei já em que circunstância, e escreveu-me a dizer: `Quando for grande, vou inscrever-me no PS.´ É tocante."»
.
posted by Luís Miguel Dias quarta-feira, dezembro 03, 2008
terça-feira, dezembro 02, 2008
.
posted by Luís Miguel Dias terça-feira, dezembro 02, 2008